Vida de Equilibrista – Dores e Delícias da Mãe que Trabalha

Os dramas e as alegrias das mulheres que optam por continuar trabalhando após a maternidade, é o tema do livro Vida de Equilibrista — Dores e Delícias da Mãe que Trabalha, escrito por Cecília Russo Troiano, que é o resultado da entrevista de 800 mulheres das classes A e B, com filhos entre 0 e 12 anos e, em sua maioria, compartilham essa gratificante e engrandecedora experiência com um parceiro.

No trabalho você pensa nas crianças que deixou em casa. Em casa você pensa no trabalho que ficou inacabado”.

Essa frase proferida por Golda Meir há muitos anos expressa muito bem um sentimento marcante entre as mães que trabalham.

E, é com coração dividido e com a sensação de que sempre estão devendo alguma coisa a alguém, que boa parte das mães equilibristas enfrenta o dilema da conciliação de papeis.

Em Vida de Equilibrista: Dores e Delícias da Mãe que Trabalha",  Cecília apresenta o resultado de sua pesquisa, relatos de especialistas, sua própria vivência como mãe e profissional e o dilema vivido pela maior parte das mulheres: Como conciliar a vida profissional com a pessoal?

O livro Vida de Equilibrista: Dores e Delícias da Mãe que Trabalha, lançado em abril 2007 pela editora Cultrix , traz o prefácio assinado pela jornalista Fátima Bernardes — ex-apresentadora do Jornal Nacional — que expõe sua intensa rotina ao aceitar o desafio profissional em um dos cargos jornalísticos mais importantes do País, e não abdicar da tarefa — triplicada — de ser mãe, tendo sido eleita com 30% dos votos como o exemplo perfeito de mãe e profissional.

Segundo Fátima O livro Vida de Equilibrista – Dores e Delícias da Mãe que Trabalha, mostra exatamente o que é ser mulher. A gente taca aqueles pratinhos como em um circo e equilibra a vida familiar, a vida profissional e a vida da gente. Sinto-me mesmo como uma equilibrista, já que não somos um polvo. Ser mulher é tentar harmonizar todas as áreas.

A verdade é de que muitas mulheres que trabalham fora e gostam realmente de estar com os filhos, carregam “algumas gramas de culpa” pelo tempo “insuficiente” dispensando e gasto com os filhos.

No transcrever do livro, a autora põe o dedo nas feridas de muitas mães, que em algum momento de suas vidas tiveram a vontade de jogar tudo para o alto, quando chega a primeira febre, a primeira cólica, o primeiro dentinho e,  também, o desejo de não voltar nunca mais a trabalhar, quando na hora de deixar seu filho, seja na casa da avó, na portinha da escola, aos cuidados da babá ou na dificuldade de delegar a orientação de sua criança diante dos mimos dos avós e, sem contar, o desgaste no relacionamento do casal.

Com a perspicácia que lhe é peculiar, Cecília utiliza-se dos conhecimentos da psicologia para delinear perfis, descobrir anseios e pontos fracos de tais mulheres que tentam equilibrar todo os pratos e ainda caminhar na corda bamba para poderem conciliar os dois papeis: a mulher profissional de sucesso e o outro, a mãe perfeita para seus filhos.

Pode-se dizer que o que encorojou Cecília, que é psicológica, empresária, esportista, esposa e mãe de dois filhos, foi justamente o fato de sentir na pele essa dificuldade de encontrar um balanço que equilibrasse os dois lados da balança: o profissional e o pessoal.

Cecília começou a pesquisa com a fase qualitativa — por ser mais aberta e exploratória. Realizou discussões em grupo com mulheres de diferentes perfis, sendo quatro com as que trabalhavam fora e uma com mulheres que, após a maternidade, tinham abandonado a carreira.

Em comum, todas eram mães ou estavam prestes a ser e pertenciam às classes sociais A e B. Na fase quantitativa foram 800 mulheres entrevistadas, todas de classes A e B, com filhos entre 0 e 12 anos. Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, todas as regiões brasileiras foram representadas na amostra final com a opinião de mulheres de 25 Estados brasileiros.

Para completar e ampliar a análise sobre o tema, colheu a opinião dos companheiros dessas mulheres nessa dupla jornada, reunindo em São Paulo um grupo de pais com idades entre 32 e 45 anos e filhos de 1 a 13 anos, casados com mulheres que trabalham e, também, ouviu profissionais que se relacionam em seu dia-a-dia de trabalho com mães equilibristas: pediatras, educadores, profissionais de RH, terapeutas, etc.

Segundo Cecília, uma das constatações foi a de que as "dores e as delícias" são similares, seja da mãe trabalhadora mato-grossense, capixaba ou paulista. Os sentimentos são muito parecidos Elas tem o coração partido — principalmente em relação a culpa e a sobrecarga — proveniente da grande preocupação com a perfeição.

É notório que a ausência da mãe é prejudicial, mas o excesso de uma mãe também pode intoxicar, portanto, poder-se-ia dizer que uma mãe não pode abandonar seu filho, mas também não deve cultivar essa ilusão de que as crianças precisam das mães o tempo integral, por que a vida não é assim — Filho precisa de espaço e precisa entender que a mamãe precisa sair, trabalhar, estudar, crescer e que o lugarzinho dela está lá reservado tão somente para ela.

Segundo a autora, se a mãe está bem resolvida, com qualquer situação, os filhos vivem bem com isso e o trabalho não está pautando o projeto de felicidade dos filhos e, por outro lado, o que se percebe é que a mãe tempo integral, quando tem hora extra, quer fazer algo por si, ao passo que a mãe que trabalha usa seu tempo extra para se dedicar aos filhos.

A psicóloga obteve dados interessantes entre as mulheres que estão hoje no mercado e são mães. Por exemplo, 51% delas acha que vale a pena a qualquer preço. Outras 48% que vale a pena, mas o preço é alto. E apenas 1% que não vale a pena.

Outro dado interessante são os três principais desejos: 35% gostaria de trabalhar meio período, 34% de montar um negócio próprio e 32% de ter um marido que a ajudasse mais. Aqui fica a alerta: Elas sentem que, de alguma forma, a carga maior das responsabilidades, principalmente as domésticas, ainda recai sobre a mulher.

Diante de tais evidências, Cecília perguntou às "mães equilibristas" se já haviam pensado em abandonar o trabalho. A metade delas confessou que já havia pensado, pelo menos uma vez, em deixar a carreira.

A conclusão da pesquisadora é a de que essa sobrecarga na muher “mãe de hoje” está na busca de uma conciliação de papeis — adicionar ao invés de substituir — ou seja, não estão querendo ser profissionais no lugar de mães, apenas querem as duas funções , esquecendo, entretanto, que essa adição só será possivel se não exigirem tanta perfeição.

O fato é que ao contrário de antigamente, hoje, o retorno ao lar, após a maternidade, é uma opção, e não mais uma falta de escolha. Uma mãe sempre vai ser cobrada ou julgada, trabalhando fora ou não e, muitas delas, perguntar-se-ão: Ter ou não ter um trabalho eis a questão, ou melhor, como diz o ditado "se correr o bixo pega, se ficar o bixo come!"

E, muito embora, não haja dinheiro, carreira ou prestígio que pague os momentos vividos no acompanhamento do crescimento de um filho — muitas vezes uma oportunidade única na vida — não pode ser ignorada a alternativa de que para tudo na vida há o meio termo e, acredito, que voce leitora ao ler este livro aprenderá a ser equilibrista, a não se cobrar tanto, a não se culpar, a transformar o tempo dedicado aos filhos em qualidade e, sobretudo, aprenderá a delegar responsabilidades — maridos, avós, tios, padrinhos, empregadas e babás.

Resumindo, trabalhando ou não, muitas vezes serão chamadas de “más mães” ou “pouco atentas aos filhos” o que nos leva a dizer que cabe a cada mãe, analisar, avaliar e tomar a decisão que pode ajudá-la a conciliar suas necessidades e as de sua familia, levando sempre em conta que tudo o que é demais enjoa, e como dizia minha avó “nem tanto ao mar, nem tanto à serra”, assim, equilibrio é a chave , portanto, mamãe, viver sua vida tentanto “não quebrar pratinhos” é uma opção pessoal e não universal.

Vida de Equilibrista – Dores e Delícias da Mãe que Trabalha
Autora: Cecília Russo Trojano
Editora: Cultrix
Categoria: Relações Interpessoais
Preço: De R$ 22,77 até R$ 32,30